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AOR, Hard Rock, Melodic rock

sábado, 24 de maio de 2014

ROCKIN' INTERVIEWS - Billy Sheehan (The Winery Dogs)


Hoje trago uma das mais importantes entrevistas do ano até agora, afinal não é todo dia que se fala com um dos grandes nomes do baixo no mundo. Desde o ano passado venho tentando uma entrevista com Billy Sheehan (MR.BIG) para trazer mais detalhes de seu belíssimo trabalho com sua outra banda, a excelente THE WINERY DOGS que, para mim, lançou um dos melhores álbuns do ano passado. Considerado um dos melhores baixistas do mundo, Billy esteve muito ocupado em 2013, mas algumas semanas atrás teve uma folga para me atender por telefone direto de Los Angeles, EUA. O músico norte americano mostrou ser um cara bastante educado e direto, mas aos poucos sentiu-se mais à vontade na conversa, prolongando suas respostas, fazendo elogios aos seus companheiros de banda, Richie Kotzen (ex-POISON e MR.BIG) e Mike Portnoy (ex-DREAM THEATER), além de mostrar-se bastante empolgado com a resposta do público brasileiro à banda. Espero que gostem! (Denis Freitas)

ENTREVISTA - Billy Sheehan (THE WINERY DOGS)

Olá Billy, como vai? Bom falar com você...

As coisas estão espetaculares, obrigado.

Ótimo. Fiquei muito surpreso com o álbum no ano passado, gostei muito. Se você pesquisar o THE WINERY DOGS na Internet, vai encontrar a descrição “rock super group”. Algumas bandas assim acabam desapontando as pessoas, pois criam muitas expectativas, mas não parece que foi o caso com vocês, certo?

Bem, nós não tínhamos nenhuma ideia de ser um super grupo, queríamos apenas tocar. Queríamos tocar a música que amamos. Nos encontramos, escrevemos músicas, fizemos do modo antigo, não planejamos ter hits ou vender álbuns, só queríamos fazer ótima música. E acho que isso é muito importante porque se você tenta ser um vendedor, comercial, acho que é um erro. Tem que fazer o que está em seu coração. Foi isso que fizemos. Foi uma ótima experiência e estamos contentes que todos parecem ter gostado do álbum, assim tudo vale a pena.

Quando decidiram formar a banda?

Eu não me lembro exatamente. Mike Portnoy e eu estávamos conversando sobre montar uma banda de verdade. Nos reunimos e... trabalhei várias vezes com Richie Kotzen, antes, durante e depois do MR BIG, tocamos em vários shows juntos. Quando Richie se envolveu foi muito legal porque ele tem uma ótima voz e um modo único de tocar guitarra e deu uma combinação muito interessante. Começamos a compor, ainda compomos, fizemos alguns shows mês passado e fizemos uma nova música. Então estamos olhando para o futuro, tocar mais, gravar mais, fazer mais shows, o máximo possível.

Quando fiquei sabendo da banda e dos músicos envolvidos, confesso que pensei: “lá vem mais uma banda fazendo música para outros músicos”, mas eu estava tão errado! Tem muita técnica, soa ótimo e tem um toque pop aqui e ali. Você sentiram isso quando fizeram as músicas?

Não queríamos fazer música para outros músicos. Adoramos outros músicos, eles são nossos amigos, nossos irmãos, mas nós queríamos fazer músicas para pessoas que realmente gostam de música...

(interrompo) Existe uma certa desconfiança quando músicos muito bons se juntam...

Bem, todo grupo de pessoas é diferente. Você muda uma pessoa no grupo e fica diferente. Nosso objetivo era fazer a música que a gente ama, que a gente é fã. Somos fãs de ótima música. Quando ouvimos música boa, ela nos inspira, nos afeta de um modo muito bom e queremos fazer música que inspire as pessoas também, sabe? Assim como somos inspirados por grandes bandas. Queremos fazer isso e até agora parece que estamos indo muito bem.
"Elevate Me"


Isso é legal. Como você descreveria a música de vocês?

Rock. Sabe, existem todos esses tipos de rock, todos os tipos de metal, mas para mim é tudo rock. De JUDAS PRIEST a GENESIS, THE WHO, NINE INCH NAILS, STONE TEMPLE PILOTS, GRAND FUNK RAILROAD, THE BEATLES, THE ROLLING STONES, HENDRIX, eu chamo de rock. Não queremos nos limitar dizendo que fazemos uma única coisa, nós tocamos rock e existem muitas variações no rock, de leves baladas a músicas pesadas e rápidas, eu adoro todas elas, então nós tocamos rock.  

Richie está incrível no álbum. Quanto ele melhorou desde os tempos com o MR. BIG? Se é que ele melhorou...

Ele sempre foi ótimo, eu me lembro de uma vez que ele foi a minha casa muitos anos atrás. Eu tinha um piano, ele sentou, tocou e cantou. Isso foi nos anos 80, ele sempre foi um grande instrumentista e cantor desde o começo com suas bandas antigas. Ele sempre se desafia a ser melhor e acho muito legal que ele nunca se acomoda e deixa o mundo passar, ele está sempre trabalhando, em algo novo ou algo legal, ou um novo modo de tocar guitarra, se desafiando ao compor com artistas diferentes. Então eu acho que todos nós na banda nos desafiamos. Não ficamos parados fazendo uma coisa só, todos nós trabalhamos duro com diferentes tipos de música, expandindo o modo como encaramos a música e as pessoas estão surpresas ao ouvi-lo no álbum, suas guitarras estão matadoras e está cantando como um pássaro, está ótimo.

"I'm No Angel"

E Mike Portnoy encaixou-se muito bem. Ele tocava aquelas músicas complexas com o DREAM THEATER e a música de vocês é, em partes, complexa, mas ele faz sem exageros...

Exatamente, eu gosto de ver Mike em um kit pequeno, como um Portnoy concentrado. (risos) Pegue um kit gigante e um cara que é um mestre em kit gigante e esprema até virar um kit pequeno, é isso.

(risos) Qual é para você a música com linha de baixo mais complicada?

Eu não sei, tem algumas com linhas de baixo bem difíceis que toco com Richie. Eu não penso dessa maneira porque mesmo as coisas complexas são naturais para a gente. Quando tento aprender as músicas para tocar ao vivo é bem difícil de aprender, mas para gravar foi bem rápido, nós não calculamos matematicamente, apenas tocamos, fizemos o que fazemos. Algumas ficaram bem complexas e o difícil é tentar aprende-las depois, é difícil lembrar quais eram as notas, mas nós conseguimos e tocamos ao vivo. Gostamos de colocar coisas legais como músicos, sabe? Mas como eu disse antes, nós não tocamos apenas para músicos, tocamos para todos. Gostamos também de tocar coisas loucas, divertidas.

Então ao vivo vocês fazem versões diferentes das músicas como estão no álbum?    
Ah sim, ao vivo improvisamos bastante. Nós mantemos a estrutura básica de cada música, as letras são as mesmas geralmente, mas sempre tem espaço para mover, Nós não fazemos música que não pode se mexer, inflexível. Ela vive e respira e tem bastante improvisação e formas livres, como as músicas do final dos anos 60 e dos anos 70. Se você ouvir Jimi Hendrix tocando suas músicas ao vivo, ele sempre fazia coisas diferentes, então nós sempre queremos fazer coisas diferentes também cada vez que tocamos, somos inspirados por públicos novos, pessoas diferentes... Mantemos a base da música, não queremos que soe irreconhecível, mas fazemos de forma livre, de acordo com a reação do público. Por exemplo, se nós temos um público louco e barulhento como tivemos em São Paulo, isso nos inspira para dar o máximo.


Ótimo! Já que mencionou São Paulo, como foram os shows aqui no Brasil e a resposta do público à banda?

Foi incrível, as pessoas cantavam as músicas tão alto que você mal podia ouvir a banda... Foi ótimo, cantavam todas as músicas. Nós adoramos o público brasileiro, claro, existem ótimos públicos no mundo todo, mas os brasileiros são sensacionais, difíceis de bater e mal esperamos para voltar a tocar aí, gostaríamos de ver mais do país. Adoramos São Paulo, Rio e as outras cidades que tocamos aí, mas gostaríamos de ir a outros lugares, norte-sul, leste-oeste. 

Quais são os planos para o THE WINERY DOGS em 2014?

Tocar, tocar, tocar, e tocar mais! Onde quer que seja, nossos agentes e promotores estão trabalhando duro para conseguir shows em todo lugar do mundo e agora vamos tocar pelos Estados Unidos, temos shows na Europa, festivais por lá e diversos outros lugares. Queremos apenas tocar, adoramos tocar ao vivo, fomos feitos para tocar ao vivo, então todo lugar que pudermos ir, ficaremos empolgados. 

Obrigado pela entrevista Billy, fico contente em poder promover a banda que é ótima. Tudo de bom!

Nós realmente agradecemos e espero vê-los em breve! "Obrigado!" (em Português -  risos) 

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