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AOR, Hard Rock, Melodic rock

quarta-feira, 15 de maio de 2013

ROCKIN' INTERVIEWS - N.O.W.


É com muito prazer que trago esta entrevista com Alec Mendonça e Juno Moraes do N.O.W. para os leitores do BRAZIL ROCK MELODY. Não é todo ano que ouvimos um álbum de AOR / Hard Rock, ou como queiram classificar, com tamanha qualidade de composição e gravação como o mais novo da banda, "Bohemian Kingdom", feito por músicos brasileiros e contando com um dos melhores vocalistas do mundo no estilo, Philip Bardowell (nascido na Jamaica e criado nos EUA), que já foi vocal dos BEACH BOYS e CRISS - banda de Peter Criss e Ace Frehley (KISS). Completa a banda o fantástico tecladista Jean Barros, que mostra um domínio "absurdo" do instrumento, além de Diogo Macedo na bateria, que não faz apenas o trivial, mostrando bastante versatilidade e enriquecendo a seção rítmica. Chega de conversa, enjoy it! (por Denis Freitas)

ENTREVISTA

ALEC MENDONÇA 
(compositor principal, baixo e vocal)

Parabéns pelo novo álbum! No geral, o som da banda parece estar mais variado e melódico, com uma pegada ainda maior de AOR/Hard Rock. Como foi o processo de criação das músicas de “Bohemian Kingdom"?


Na verdade acho que o som está mais rock e clássico do que AOR. Quanto às composições, sou eu quem as compõe, faço tudo, dos arranjos às linhas de baixo, guitarra passando pelas letras. Mas sempre tive boas inspirações como o meu amigo McCoy e agora a excelente pegada de Juno Moares, sem dúvida o melhor guitarrista do Brasil, pode não ser o mais rápido, mas é o mais sentimental. A produção de Lars Chriss também deu vida ao álbum, pois ele alterou várias coisas para o disco soar mais coeso e rock.

Como surgiu a ideia do sax em “Mary-Ann”? Foi proposital deixar a parte do sax mais para o final da música ou simplesmente a música “pediu” assim?

Tenho verdadeira tara por SAX, pois cresci ouvindo ALAN PARSONS, SUPERTRAMP, PINK FLOYD, AL STEWART e outros. E, para mim, o segundo instrumento mais rock do rock é o Sax Alto. Faço primeiro a letra e depois a música, quando eu vi que não havia espaço para solos, então eu percebi que um SAX terminando a música seria o ideal, até porque uma guitarra seria manjado demais.



O músico Zé Canuto, que tocou saxofone no cd, já tinha experiência com hard rock ou rock?

Zé Canuto é um músico conceituado que já tocou em diversos Free Jazz no Brasil e lá fora, eu não poderia ter pedido por um músico mais competente e sentimental, o nível dele é internacional independente do estilo.

Na faixa “Tonight is The Night” Philip mostra todo seu talento em uma performance com muita técnica e emoção. Ter Philip cantando no cd deve ser algo que motiva a banda, pois ele consegue realçar ainda mais a qualidade das músicas. Qual a parcela de contribuição dele em termos de criação e execução das musicas?

A parcela dele em termos de criação é zero. Eu inclusive falo para ele e gravo a minha voz para ele ver como eu quero que seja no disco. O Philip acabou ficando meu amigo, pois a sua esposa é Portuguesa, inclusive nós falamos em nos encontrar para um chá (risos). Ter Philip cantando as minhas músicas é um sonho realizado, e obviamente ele não "queimaria" a sua imagem cantando qualquer música, ele canta porque gosta e mostra isso nas faixas sem dúvida.

PHILLIP BARDOWELL
Para as pessoas que ainda não sabem, como surgiu a possibilidade de Philip cantar para o N.O.W.? Houve outros nomes cotados?

Sim, houve outros nomes, inclusive o de Lars do WORK OF ART e até eu iria cantar, mas, no final, preferi deixar a cargo de alguém já com experiência internacional que pudesse passar para as faixas todo o sentimento que eu estava procurando e com o estilo de voz que eu amo, à la Lou GrammPhil foi perfeito para isso.

O N.O.W. teve seus álbuns lançados pela Escape, como ocorreu a contratação? Existem planos para gravar mais álbuns com eles? Como tem sido o apoio deles?

O apoio da Escape neste segundo disco foi essencial e a liberdade que me foi dada também, tenho contrato para três discos, 2 já foram. O lançamento desse segundo disco foi mais amplo, Europa, U.S.A. & Japão com uma faixa bônus. Graças a Deus as vendas desse segundo disco assim como as críticas estão superando as expectativas, inclusive da Escape. Ficamos em 2.000 entre mais de 10.000.000 de discos na Amazon em termos de vendas

"I'm Alive"


Você parece se interessar bastante por temas históricos e de filmes. Quais faixas do novo álbum foram inspiradas em fatos históricos ou filmes? Já trabalhou ou trabalha com trilhas para cinema?

Minha intenção é arranjar músicas e fazer trilhas sonoras mesmo, adoro. Me inspirei em filmes para fazer o disco todo, “Leon's Going Soft” por exemplo é baseada no excelente filme ''O Profissional'' com Jean Reno e Nathalie Portman, me impressionei com o filme e quis fazer uma música para ele expondo tudo que eu senti. Com “Bohemian Kingdom” é o mesmo, com toda essa xenofobia na Europa e até no Brasil com os cidadãos Haitianos vindo morar aqui, eu quis expor o podre do racismo e descriminação, algo que levou Hitler a invadir e conquistar o resto da Europa. Logicamente que os motivos financeiros para isso eu deixei de lado, já que Hitler queria era o dinheiro dos Judeus para bancar o seu partido Nazista e ele era adorado pelo seu povo, ''lutava'' contra a burguesia dizendo que ela era o mal de toda a sociedade, por isso do extermínio Judeu, algo que no Brasil já acontece. Fora o extermínio, temos um governo hipócrita que se vale do mote de que a burguesia é o mal do país, sendo que eles mesmos usufruem das benesses da burguesia, então, como vê,  é contraditório. Essa música serve para todos e todas as situações, acho que ela chegou na época exata.
Qual a origem do nome da banda?

N.O.W. tem um significado que eu não irei revelar aqui, estamos fazendo um projeto eu e o Andrew Mcniece do www.melodicrock.com, que é um concurso onde quem adivinhar o que o N.O.W. significa,ganhará o primeiro e o segundo álbum autografados.

JEAN BARROS
Parece-me que o N.O.W. é um projeto, pois vocês não se apresentam ao vivo e sabemos pouco da banda.  Quais são seus planos com a banda para o futuro?

Meus planos são compor, compor e compor, porque de que adianta uma banda que toca ao vivo sempre,mas que tem as composições péssimas? Veja o ALAN PARSONS e os BEATLES (guardadas as devidas proporções, lógico), o primeiro é pior do que ano bisexto, quase nunca dá shows e os BEATLES a partir de 1966 pararam de se apresentar ao vivo, e é sabido que os discos deles dali em diante são os melhoroes e mais fantásticos da história da música. Pretendo fazer trilhas sonoras e compor para o N.O.W. e outras bandas, esse é o meu objetivo maior, mas, se for possível, pretendo fazer um un-plugged com o Phil na Califórnia com material do primeiro e segundo CDs.

JUNO MORAES
(guitarras)

Como surgiu o convite para tocar com o N.O.W?  Existem planos para uma sequência?

A porta de entrada e, em seguida o convite para a gravação do álbum, partiu do single "Strong Enough". O Jean (tecladista) e o Alec estavam iniciando a pré-produção e na época fui indicado pra gravar inicialmente essa faixa, que acabou resultando no meu ingresso. O convite foi meio naquele clima de "teste" (risos). Que bom que "passei" e que pude imprimir as minhas guitarras num trabalho como esse. Quanto ao futuro, em uma conversa com o Alec já falamos sobre um novo trabalho para uma "trilogia", mas por enquanto são planos.

Qual sua história na música?

O meu envolvimento com a música começou desde muito pequeno, quando eu tinha uns seis, sete anos. Sempre rolavam reuniões musicais na minha casa, meus pais tocando violão e cantando juntos com amigos. Porém, fui apresentado "formalmente" ao violão aos 11 anos pela minha mãe, que também arriscava alguns acordes, dali em diante começou a brincadeira. Fui "catequizado" pelos meus pais com todo tipo de música que você possa imaginar : Samba, Choro, Forró, Bossa,  Funk - JAMES BROWN, KOOL & THE GANG etc e que isso fique bem claro (risos). Também MICHAEL JACKSON, BEATLES...BEATLES!!! Eles foram e sempre serão a minha maior influência, lembro que na época eu ficava 24 horas com o violão pendurado no pescoço tirando todas as músicas! Na sequência foram discos como: "Made in Japan" (DEEP PURPLE), "Rising Force" (YNGWIE MALMSTEEN), "Moving Pictures" (RUSH),"Passion and Warfare" (STEVE VAI), que mudaram a minha forma de "enxergar" a guitarra. Não posso deixar de citar o Eddie Van Halen, que por muitos anos foi meu "Guitar Hero" e na minha opinião o maior guitarrista de rock de todos os tempos. Ouvi muito rock ‘n’ roll, mas sempre procurei estudar outros estilos pra construir um vocabulário próprio, que viesse contribuir dentro dos estúdios e também nas gigs. Essa postura meio "canivete suíço”, “se vira nos 30’ ", foi fundamental quando acompanhei artistas de universos completamente diferentes, como: Alceu Valença, Zezé Motta, Ricky Vallen, Fafá de Belém. Com certeza as influências que citei no início, também contribuíram bastante. Essa "mistura" faz parte do meu dia-a-dia, hoje divido o meu tempo entre o estúdio produzindo artistas e trilhas para TV e na estrada fazendo shows. As vezes dá um nó na cabeça (risos), deito para dormir com música celta na cabeça e acordo tendo que produzir um Samba, logo em seguida uma trilha de ação com orquestra. Em relação a gravação desse disco, quando pintou o convite pra gravar fiquei bastante empolgado, o Hard Rock teve um papel importante na minha formação como guitarrista e, no entanto, nunca tinha feito um registro bacana disso. Pensei comigo: "Putz … Essa é a hora!!!"

Parabéns pelas guitarras em “Bohemian Kingdom”! Tem bastante variedade nos riffs e solos. O quanto de idéias você pôde colaborar e o quanto já veio "pronto"?  

Na verdade foi um "bate bola" entre o Alec e eu. O nosso disco foi concebido por meio de E-Rec, ou seja, cada um em localidades diferentes ia gravando, mandando os arquivos e construindo as sessões. E foi ele quem cuidou disso comigo, eu recebia por e-mail uma base pré gravada com bateria virtual, teclados e baixo, juntamente com um briefing de quinhentas páginas (risos), falando a respeito do clima da música, dos timbres etc, etc. Quase sempre eu não lia e sempre dava certo (risos). Brincadeiras a parte, divido esse mérito com o Alec! Ele sempre apontou a direção do trabalho com muito cuidado e objetividade e, por ser profundo conhecedor de Rock, quando ele sugeria algo, era difícil "bater na trave", era sempre gol !!! Foi um processo bacana, discutimos bastante sobre timbres, tipos de guitarras, amps, grooves, dinâmicas, sempre com o cuidado de criar uma unidade sonora, uma linguagem para o álbum. Tive total liberdade pra criar e, como falamos a mesma língua, foi super tranquilo. Fiquei feliz com o resultado, a sonoridade do disco tá uma porrada, os especialistas como o seu site e de várias partes do mundo estão apontando "Bohemian Kingdom" como um grande álbum e isso é muito gratificante para todos nós. Acho que acertamos!!! 

"Leon's Gone Soft"


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