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AOR, Hard Rock, Melodic rock

quarta-feira, 10 de abril de 2013

ROCKIN' INTERVIEWS - SANTAREM



Completando 15 anos de estrada, esta grande banda de Rock/Metal Progressivo de São Paulo não dá sinais de cansaço e aos poucos vai conseguindo cada vez mais espaço no cenário da música pesada nacional e internacional. Seu terceiro álbum, No Place to Hide, teve ótima repercussão gerando comentários na mídia especializada do tipo: “(...) um dos melhores lançamentos do ano”, “(...) “Thiago se destaca como um dos melhores novos vocalistas do metal.”, ou ainda, “(...)Alex Andreoni, um dos top guitarristas rock/metal do Brasil”. O álbum também foi destaque no jornal O Estado de São Paulo, onde, segundo a matéria, “SANTAREM revigora o metal paulista”. O BRM conversou com o guitarrista Alex Andreoni para saber mais da história da banda e das novidades. Espero que gostem! (Denis Freitas)

Como tem sido a repercussão do último trabalho “No Place To Hide”? De que parte do país vocês percebem maior interesse pela banda? E no exterior, tiveram boas críticas?

Recebemos ótimas críticas das principais revistas e sites especializados, “No Place to Hide” fez parte do seleto grupo dos vinte melhores álbuns do ano, sendo indicado ao Prêmio Dynamite de Música independente 2012 ao lado de bandas como Sepultura, Dr. Sin e Almah. Recebemos contato de fãs de todas as partes do Brasil, desde as capitais até pequenas cidades do interior. É claro que por sermos uma banda paulistana, nossa base de fãs acaba sendo maior em São Paulo e na região sudeste como um todo. Porém, em virtude do alcance das redes sociais, ultimamente tivemos a grata surpresa de recebermos muitos contatos de fãs da região norte e nordeste. Já no exterior, temos notícias de ótimas críticas em blogs dos EUA, Alemanha, Italia e até no Japão, isso sem contarmos os contatos individuais de fãs que sempre nos escrevem elogiando nosso trabalho.

No primeiro registro de vocês, o EP “Downtown Station”, a banda soava mais “setentista”, mais para o rock progressivo com influêcias de hard rock. Após a saída do baterista e vocalista originais, a banda passou a soar um pouco mais “metal progressivo”. Vocês concordam? Foi este o motivo da saída de Fernando Witcoske e Guilhereme Mistretta? O que eles fazem atualmente? Vocês são amigos de infância, certo?

Sim, nosso som acabou ficando mais direto, um pouco mais metal, com certeza os novos integrantes influenciaram bastante, pois todos nós compomos juntos, sempre preferimos não trazer músicas inteiras prontas. Gostamos de compor como banda, todos juntos. Nosso antigo vocalista, Guilherme Mistretta, saiu por motivos pessoais mesmo e o baterista Fernando Witcoske saiu sim por diferenças musicais, pois ele buscava um som mais raiz, mais blues, menos prog e menos metal. Atualmente, Guilherme Mistretta canta em bandas profissionais de eventos e voltou com sua primeira banda rock ‘n’ roll na zona norte de São Paulo. O batera Fernando Witcoske toca blues com sua antiga banda B12 e também formou outra banda que tocava versões de Eric Clapton, Beatles, Hendrix, etc. Ainda hoje temos muito contato. O Fernando é meu amigo desde os 12 anos de idade e o Guilherme é meu primo, sempre nos encontramos e damos boas risadas.

 
O vocalista Thiago Scataglia é bastante influenciado por hard rock e metal, mas se adaptou muito bem ao som da banda. Como foi a entrada dele para a banda? Ele (ou a banda) sentiu alguma dificuldade de adaptação?

Fizemos uma seleção pelo site da banda, disponibilizamos uma música nova instrumental, os candidatos tinham que criar a melodia, a letra, gravar e enviar para a banda. Recebemos mais de trinta gravações de todo o Brasil, pudemos analisar timbre de voz, afinação, criação, energia, etc. Depois fizemos umas jams com três finalistas e escolhemos o Thiago Scataglia. Quanto à adaptação, foi mais tranquilo do que esperamos. Ele sempre demonstrou grande integração com a banda desde o inicio e também é muito receptivo à ideias. No Santarem todos opinam em tudo (risos). Se o cara não tem cabeça aberta, não funciona no Santarem! Por isso rolou muito bem com o Thiago.

Talvez o fato do Santarem não usar teclados é que dá uma certa originalidade ao som da banda. Contudo, muitas das bandas do estilo fazem uso de teclados em suas músicas. Já pensaram em utilizar este instrumento? Por que não utilizam?

Eu particularmente gosto (e toco) muito de teclado e até de uma segunda guitarra, mas acho que é uma característica do Santarem mesmo. Desta forma o baixo se torna mais importante e acaba tendo muito destaque no som da banda. Sem dúvida ficamos mais personalizados. É só ouvir U2 do início, Audioslave, Led Zeppelin também em seu início. O baixo aparece bastante e eu também gosto muito disso.


Apesar de ouvirmos influências de diversos guitarristas e bandas no som das guitarras, percebe-se um estilo bem similar às guitarras de Alex Lifeson (Rush), você concorda? Quem é o guitarrista que mais te influencia?

Sim, concordo, porém tenho influência de alguns outros, alguns mais diretamente e outros de forma menos explicita. Minhas principais influências são (sem ordem de preferência): Steve Rothery (Marillion), David Gilmour (Pink Floyd), Joe Satriani,  Jimmy Page (Led Zeppelin), John Petrucci (Dream Theater), Alex Lifeson (Rush), Eddie Van Halen, The Edge (U2), Andy Timmons e sem dúvida os brazucas Kiko Loureiro e Edu Ardanuy.

O som do Santarem é bastante voltado para a guitarra, que “manda” nas músicas. Para quem não vive o dia-a-dia da banda, pode-se concluir que você é quem comanda o direcionamento das músicas e da banda. É isso que ocorre? Quais as dificuldades de liderar?

Mais ou menos, muitas partes de guitarra são criadas também pelo baixista Guilherme Furlan, ou, às vezes, eu crio uma linha de baixo e vou experimentando guitarras diferentes em cima, daí todos da banda opinam sobre o que soa mais legal. A liderança no Santarem é bem simples, A MÚSICA LIDERA!!! Falamos abertamente quando gostamos ou não gostamos de algo e ninguém fica melindrado. Se crio um solo “lindo” e alguém da banda acha que está “horrível”, eu sou o primeiro a apagar tudo e penso em outra coisa imediatamente até que todos estejam 100% satisfeitos.



Você fez aulas com um dos melhores, ou, o melhor guitarrista do Brasil, Edu Ardanuy. Porém, não percebo muitas influências dele em sua forma de tocar. Por exemplo, a velocidade em solos não é uma coisa que você prioriza e Edu sempre se destacou neste quesito. Você parece se preocupar mais com temas e melodias e suas músicas são mais “meio tempo”. É correta esta leitura?

Gosto de coisas rápidas na linha Satriani por exemplo. Não curto  muito criar solos com muitos arpegios. Meu gosto pessoal para solos está mais para Steve Rothery, David Gilmour e Satriani, mas sou muito fã dos solos do Edu Ardanuy. Tenho quase todos os solos dele na cabeça (e em arquivos Mp3). Isso mesmo, só o trecho dos solos das músicas. O Edu tem um bom gosto pra solos fora do comum!

Em 2002 era para vocês abrirem o show do Yngwie Malmsteen, mas ele decidiu de última hora que não haveria banda de abertura. Isto não estava em contrato? Como aconteceu exatamente? Deve ter sido bem frustrante e só reforça a má reputação dele não?

Não tínhamos contrato oficial, fomos convidados a tocar através do nosso agente na época e não pagamos nada. O cancelamento foi frustrante mesmo. Era uma ótima exposição para banda, mas a confusão começou no show do Malmsteen no sul, a galera de lá gritando “Bin Laden”, ele ficou puto com os brasileiros e daí o resto da tour foi uma confusão só.


O mercado mundial e brasileiro para o hard/heavy está bem enfraquecido, as bandas já não vendem mais tantos cds devido aos downloads e a quantidade de bandas na Internet é imensa com todas as facilidades de divulgação e gravação, fazendo com que poucas pessoas parem para ouvir um cd inteiro e curta como antigamente. Outro ponto é o fato de que o estilo de música de vocês é bem restrito. Como fazer, em tempos tão difíceis para as bandas, para que a banda sobreviva, continue gravando e aumente sua base de fãs? Vocês tem um planejamento? Um projeto para o futuro da banda?

Desde nosso primeiro contrato com a gravadora Die Hard Records eles foram bem claros: “O som de vocês é demais, o show de vocês é demais, mas não sabemos o que fazer com vocês. O som do Santarem é muito personalizado, muito “Santarem”.  Por aí deu pra perceber que a gravadora não sabia como divulgar a banda. Saímos em todas as revistas metal disponíveis, em diversos sites, entrevistas em rádio, mas a gravadora achava que estávamos “acima” de tudo isso e que deveríamos estar na TV, nas rádios, na MTV, mas isso não ocorre sem um investimento forte, algo impossível para uma gravadora pequena. Atualmente estamos trabalhando com um novo empresário, o Edu Firmo, que iniciou um ótimo trabalho e as coisas estão voltando a acontecer para o Santarem. Em relação ao mercado, eu penso que sempre será necessário um grande investimento para uma grande banda decolar mesmo. Antigamente, uma grande gravadora investia alto na gravação, produção e divulgação de um grupo. Hoje podemos gravar nossos próprios discos, mas é necessário investir num ótimo videoclipe, na filmagem de um ótimo DVD/Blu-Ray, em divulgação, e, infelizmente, por vezes, ter que pagar para abrir shows. Além disso, não temos mais as pequenas gravadoras que obtinham algum lucro na venda de CDs. Nosso projeto para o próximo álbum é lançar o CD e um DVD/Blu-Ray (um pacote) e divulgar inicialmente o álbum com vídeo-clipes (já temos um ótimo diretor de comerciais que entrou em contato conosco propondo a filmagem/edição de vídeo-clipes)

Vocês lançaram seus álbuns pela MegaHard e Die Hard, quem financiou o último álbum? Vocês tiveram álbuns lançados no exterior?

O último álbum foi lançado e distribuído pela Die Hard Records, nossos antigos parceiros desde os tempos do lançamento do nosso primeiro álbum “Santarem”. A MegaHard foi a responsável pelo lançamento e distribuição do nosso segundo álbum, o “Downtown Station”. Os dois primeiro álbuns foram distribuídos no exterior, sendo disponibilizados em lojas físicas e em diversas lojas web na Alemanha, Japão, Holanda, etc.
O atual álbum “No Place To Hide”, apesar de não ter sido lançado no exterior, está disponível para venda nos principais sites internacionais, tais como Amazon, CDBaby, Emusic. No Brasil, a venda online está disponível na loja virtual da Die Hard Records.

Vocês já têm músicas prontas para o próximo cd? Quantas? Alguma novidade em termos de sonoridade?

Temos algumas que já estamos trabalhando. Umas dez ideias bem adiantadas. Por enquanto estamos trazendo de volta o lado “prog anos 70” dos álbuns anteriores, mas com refrões bem marcantes na linha do último álbum “No Place To Hide”.

Por favor, fique a vontade para deixar qualquer mensagem que queira aos leitores.

Primeiramente, gostaria de parabenizá-lo pelo brilhante trabalho de divulgação do rock/metal através do Brazil Rock Melody. Gostaria também de agradecer a todos os fãs da banda que estão comparecendo em peso aos nossos shows, divulgando a banda como podem, fazendo o boca a boca mesmo, compartilhando nossos vídeo-clipes e interagindo com a banda por meio das redes sociais. Obrigado !!!

 
Acompanhem o SANTAREM através dos canais oficiais:
 
Site: www.santarem.art.br



Soundcloud: www.soundcloud.com/SantaremOficial

 

 

 

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