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AOR, Hard Rock, Melodic rock

domingo, 30 de março de 2014

ROCKIN' INTERVIEWS - Jimi Bell (HOUSE OF LORDS)


Há muito tempo eu queria conversar com Jimi Bell, o grande guitarrista da banda americana HOUSE OF LORDS. Quando ouvi seu álbum de estreia com a banda, o excelente "World Upside Down" de 2006, fiquei impressionado com sua técnica e composições. Assim que soube que um novo álbum da banda seria lançado, o ótimo "Precious Metal", entrei em contato com Jimi que foi bastante atencioso e simpático. Confiram abaixo! (Denis Freitas)

ENTREVISTA

Oi Jimi, tudo bem? De onde você está falando?

Oi Denis, como vai? Estou em Wethersfield em Connecticut, que é próxima a Hartford, a capital.

Muito ocupado ultimamente?

Nunca estive tão ocupado em minha vida. Especialmente com o HOUSE OF LORDS e o MAXX EXPLOSION, tudo decolou.


Como está a cena musical em Connecticut?

Desde o começo dos anos 2000, muitas casas de show e clubes com música ao vivo fecharam. Tem sido difícil, eu sou um músico, não tenho outro emprego, ganho a vida com a música. Quando não estou tocando com o HOUSE OF LORDS, com o MAXX, ou fazendo trabalho de estúdio, tocamos em outras bandas, bandas de cover, mas é ridículo o número de casas que fecharam desde 2000. Porém, com o HOUSE OF LORDS eu não poderia estar mais feliz. Fizemos o Melodic Rock Fest no ano passado, mais alguns shows por aqui. Quando James veio fazer as sessões de foto aqui, fizemos um show e lotou, foi uma sensação bem legal. Parece que até agora os comentários sobre o novo álbum tem sido ótimos.

Confesso que não gostei muito do último álbum “Big Money”, mas achei o novo álbum tão bom que precisava falar com você. Como você compara “Precious Metal” com “Big Money”?

Vou ser honesto, com “Big Money”, tinha muitas coisas acontecendo em minha vida. Foram vários fatores, James estava com problemas de saúde quando estava fazendo a mixagem do CD e então ele não estava em seu melhor momento. Eu também não estava em um bom momento pessoal, eu não estava focado. Tive sete músicas naquele álbum e foi até muito, apresentei mais, porém não eram tão boas. Músicas de outros compositores completaram o álbum e quando ouço o “Big Money”, não fico satisfeito com os solos que fiz, não me dediquei tanto com os solos, fazia o solo e pronto. Neste novo álbum eu queria voltar melhor, sabia que estava em um momento e com estado de espírito melhor, apesar de também ter passado por problemas de saúde recentemente. Mas eu estava me sentindo bem, compondo bem e as músicas foram aparecendo uma atrás da outra.


Eu adoro o som do novo álbum, a produção, a mixagem, tudo soa balanceado. Vocês devem estar bem felizes com ele.

Meu Deus, sim. É meu disco favorito do HOUSE OF LORDS até agora. Até mais do que alguns dos antigos. Este novo é um clássico, grande som, grandes vocais. James sempre faz um ótimo trabalho nos vocais. Ele sempre faz coisas legais nas harmonias, mas neste tem muita coisa muito bem pensada. Demos uma virada no modo de composição com o novo álbum. Normalmente eu tenho uma ideia básica para uma música, vou até o B.J. e trabalho com ele e o Chris. Então enviamos para o James para que ele aprove ou trabalhemos na música. Neste álbum comecei a mandar músicas mais pesadas, mais rápidas e diferentemente do típico HOUSE OF LORDS e ele gostou de todas que eu mandei. Tem três ou quatro músicas que mudam o clima nesse álbum e normalmente tem apenas uma mais rápida. Como a faixa “Epic”, que é uma bela faixa de mudança de clima. Uma das minhas favoritas é “Swimming With The Sharks”. Essa música é uma faixa uptempo que muda o clima. Quando a escrevi, sempre fui fã de DEEP PURPLE e minha favorita deles sempre foi “Highway Star” e eu queria escrever uma música que fosse um tributo a ela, minha própria versão dela. Quando estou com minha banda tributo, eu não apenas faço o solo de Ritchie Blackmore, como também faço o solo de teclado de John Lord em minha guitarra. Então o solo que eu fiz nesta faixa tem elementos do solo que faço do John Lord em “Highway Star”. Minha favorita pessoal, eu adoro “Permission to Die”, eu adoro o refrão dela. O legal de “Precious Metal” é que tem músicas para todos os gostos.


Quando eu ouvi o álbum “World Upside Down” de 2006, gostei muito das guitarras. Eu ouvia seus riffs e até seu modo de se vestir no palco, sempre me lembrava de Tony Iommi (BLACK SABBATH). Foi apenas recentemente que descobri sua ligação com o BLACK SABBATH, Ozzy Osbourne e principalmente com Geezer Butler.

Sim, na época a vaga para guitarrista do Ozzy ficou entre eu e Zakk Wylde. Eu fiquei em contato com o Geezer e foi uma honra tocar com Geezer Butler, algo incrível, ele sempre foi meu baixista favorito. Quando ouvi Geezer ao telefone, meu coração disparou. Eu escrevi uma música que entrou no cd do BLACK SABBATH, mas não tive o crédito. Escrevi a música “Master of Insanity” para o álbum Dehumanizer. Geezer fez as letras. Dio voltou para a banda e eu recebi uma ligação da esposa de Geezer, Gloria. Ela me disse que eles iam gravar a música, eu fiquei super feliz. Mas então ela me disse que eu não teria os créditos, pois Tony Iommi jamais permitiria créditos para outro guitarrista no BLACK SABBATH. Foi algo muito triste, mas tirei como lição que eu deveria ter registrado os direitos sobre dela. Mas é tudo experiência. Quantas pessoas podem dizer que tocaram 5 músicas com o OZZY? Sabe? Toquei com Geezer, morei em sua casa, ficamos lá no porão. Então foi algo super legal, ele é ótimo, sua família é muito legal, grande experiência.


Como é para você trabalhar com James por todo esse tempo? Eu o considero uma das grandes vozes do rock como Sammy Hagar ou Coverdale...

Sim, sua voz é inacreditável. Ele é mestre em colocar a harmonia perfeita e a melhor linha vocal em tudo. James é perfeccionista. Em “Big Money” ele estava doente, mas fez o vocal muito bem. Poderia ter sido melhor, mas o estranho com aquele álbum é que entrou nas melhores cem da Billboard americana. Foi louco.

Como foi sua passagem pelo Brasil?

Eu ainda vejo alguns vídeos do show que fizemos no Brasil e quero muito voltar. Quero muito que alguém nos chame para uma tour por aí. Eu me diverti muito, mas não vi muita coisa, observei pelo avião e quero passar mais tempo. Se tiver alguém aí, por favor, leve a gente de volta para o Brasil! Teve até um bootleg desse show.

É verdade, fiquei na dúvida se era oficial, pois é bem feito.

Sim, nós não temos nenhum problema com isso, mas tem tanta coisa pela Internet. Eu mesmo incentivo as pessoas a filmarem e hoje em dia é comum. Não houve problema.

Vocês entraram em contato com a pessoa?

Sim, acho que eu e o James entramos, não houve ofensas nem nada, só queríamos os vídeos para poder vender no site. Chegamos a algum acordo, o James sabe melhor. Estou feliz que eu tenho uma cópia dele (risos). Foi um grande show, o com maior calor que eu já toquei, lembro que eu suava como louco no palco, mas, meu Deus, os fãs foram ótimos. Foi maravilhoso.

Obrigado Jimi e boa sorte com o novo álbum!

Espero voltar para o Brasil e encontrar os fãs. Obrigado e nos falamos em breve!


domingo, 23 de março de 2014

ROCKIN' REVIEWS - Russell Allen (SYMPHONY X / ADRENALINE MOB)

RUSSELL ALLEN com Thiago Bianchi - 20/03/2014 
Pirilampus Bar - Sorocaba / São Paulo

Este é um review diferente, porque foi um evento diferente: um workshow. Um misto de workshop e show com Thiago Bianchi (NOTURNALL) e Russell Allen, o vocalista do SYMPHONY X e do ADRENALINE MOB, atração principal da noite. Apesar destas bandas não fazerem parte dos estilos focados aqui na página, sou um grande fã de SYMPHONY X e de vários trabalhos de Russell, principalmente o ALLEN-LANDE, com Jorn Lande. Inicialmente, eu iria fazer uma rápida entrevista com Russell, mas as coisas foram ficando mais propícias a um relato detalhado, então desisti da ideia. Para começar, tive a oportunidade de buscar Mr. Allen no hotel em que estava hospedado. Fomos eu e o organizador do evento Felipe Colenci. Ao chegarmos ao belo hotel na entrada de Sorocaba, ficamos sabendo que um dos funcionários era um grande fã e que gostaria de tirar uma foto com o vocalista. Russell atendeu ao pedido com simpatia.  

Russel Allen com Denilson Almeida, o feliz funcionário do hotel
Contudo, o americano não desceu tão rápido ao lobby do hotel, pois estava com uma visita feminina no quarto, coisas de rock star. Já que não sabíamos quanto tempo iríamos esperar, aguardamos saboreando uma boa cerveja gelada para amenizar o calor que fazia naquela noite que já havia nos presenteado com uma forte chuva. Passados alguns minutos, Russell chega e nos cumprimenta de forma simpática, mas sem muita conversa acompanhado de sua colega brasileira. O cara é grande e se destaca com seu estilo de artista, com anéis, correntes e chapéu. No caminho, Russell apenas observa a cidade e o transito sem falar muito, mas aos poucos vai se soltando. Então começamos a falar sobre nosso transito e ele comenta sobre New Jersey (onde mora), Nova York e Los Angeles, comparando os sistemas de transporte desses lugares. Próximo ao local do evento, Russell recebe as “boas vindas” de um de nossos exemplares e educados motoqueiros brasileiros ao ser "alvejado" por uma boa quantidade de água que estava em uma grande poça na avenida. Enxugou-se e mostrou-se preocupado com o interior do carro. Seguimos até o local, tudo bem.   


Thiago Bianchi

Russell Allen
Playback iniciado e começa o evento pontualmente com Thiago Bianchi cantando algumas faixas do NOTURNALL. Mostrando competência e variando seus vocais entre melódicos e agressivos, Thiago mostrou sua técnica sem muita conversa e de forma até tímida. Passados cerca de 40 minutos, chega o momento da atração principal. Russel Allen sobe ao palco e impressiona a todos com sua potente voz cantando faixas do SYMPHONY X e ADRENALINE MOB. Tudo o que você ouve no cd é executado de forma praticamente idêntica ao vivo e Russell mostra toda sua versatilidade alternando notas altas, médias e baixas, vocais mais agudos e graves, melódicos ou agressivos.  


Pausa para bate-papo com as cerca de 100 pessoas presentes, entre estudantes de música e fãs do vocalista. Thiago Bianchi foi o intérprete e mediador da conversa, mas Russell fazia-se entender com sua simpatia, mímicas e exemplos vocais. Várias perguntas foram feitas e Russell disse ser um talento natural, que nunca estudou e faz o que faz instintivamente com o dom que possui. Porém, mostrou entender da importância de técnicas como o uso do diafragma ao cantar e, além disso, exibiu sua ótima base de conhecimento musical cantando trechos de musicais antigos, Frank SinatraLED ZEPPELIN, DIO, e até rap com direito a gestos típicos de um rapper nova iorquino. Ainda contou que sua primeira apresentação foi quando escalou o balcão de um supermercado, pegou um microfone de anúncios e começou a cantar, aos dois anos de idade. 

Russell Allen me reconheceu e pediu uma foto. Atendi prontamente haha
Perguntei a ele se cantou sempre daquela maneira agressiva e melódica ou se teve que desenvolver algum desses lados com o tempo. Russell respondeu que sempre cantou da mesma maneira, mas que cantava mais melódico no início do SYMPHONY X, pois esta era a moda entre as bandas de metal progressivo e a gravadora queria um vocal melódico do tipo Geoff Tate (QÜEENSRYCHE). Com o tempo as coisas foram mudando e ele conseguiu variar mais seu vocal.  Sobre suas bandas e projetos, demonstrou ter bastante vontade de gravar um DVD com o SYMPHONY X, mas que não depende dele. Percebe-se que ele não tem muito poder de decisão na banda e fica a impressão de que o guitarrista Michael Romeo não está lá muito animado com a ideia. Surpreendentemente, Russell disse ainda não ter conhecido Jorn Lande pessoalmente, mas que haverá um quarto álbum da bela parceria ALLEN-LANDE. Também é nítida a empolgação de Russell com o ADRENALINE MOB, no qual tem maior controle e camaradagem entre os membros do grupo. Russell Allen está acompanhando o NOTURNALL, pois co-produziu o álbum, gravou vídeos e ainda participará da gravação do DVD da banda em São Paulo no dia 29 deste mês. Ficam aqui os meus parabéns pela organização do evento da escola de música MUSIC HOUSE de Sorocaba e a excelente iniciativa de Felipe Colenci e sua equipe. Que venham mais!  (Denis Freitas)

domingo, 16 de março de 2014

ROCKIN' INTERVIEWS - STAN BUSH / H.E.A.T.


Hoje trago algo especial: um ROCKIN' INTERVIEWS 2 em 1! Acompanhe abaixo duas entrevistas com dois grandes nomes do melodic hard rock mundial. O primeiro é o americano STAN BUSH que terá seu novo álbum "The Ultimate" (review aqui) lançado amanhã. O segundo é Erik Grönwall, vocalista do H.E.A.T., banda sueca que também está prestes a lançar novo álbum, "Tearing Down The Walls", programado para Abril. Foram rápidas conversas focadas nos novos trabalhos. Espero que gostem! (Denis Freitas)    

ENTREVISTA


Oi Stan, é um prazer tê-lo no BRAZIL ROCK MELODY para que os fãs de rock mais jovens possam conhecer um pouco sobre você. Você está com o novo álbum "The Ultimate". Como você o descreveria? E qual é o significado por trás de seu título?

Oi Denis, Obrigado por fazer a entrevista comigo. Eu acho que "The Ultimate" é o meu melhor álbum. Passamos cerca de dois anos escrevendo e gravando, então as músicas e a produção são as melhores possíveis. O significado da palavra 'ultimate' é o melhor absoluto! As canções são sobre acreditar em si mesmo e tentar. Há canções de amor também. É importante tentar colocar uma mensagem positiva. Acho que as pessoas não percebem quanto poder nós temos para criar o nosso próprio destino. Só de sonhar com algo a mais na vida pode fazer isso acontecer!

Você sempre esteve cercado por grandes músicos. Você poderia nos contar um pouco sobre os co-escritores e músicos envolvidos no novo álbum? Quem são eles e qual foi o seu papel no processo de escrita?

Eu co-escrevi muitas das canções com Lenny Macaluso ("The Touch"). Eu também escrevi músicas com o meu produtor Holger Fath, que tocou guitarras, teclados, baixo e até fez algumas das faixas de bateria. Ele é um talento incrível e um grande amigo. A maioria das faixas de bateria foi feita por Tom Walsh (America, Joe Cocker, Tina Turner).


Você usa a atual forma de troca de e-mails para gravar as músicas ou você traz os músicos para o estúdio?

Nós gravamos as músicas em etapas nas quais apenas gravávamos a guitarra ou piano, em seguida, fazíamos uma faixa de vocal teste. Em seguida, Holger construía a faixa com bateria, teclados e guitarras. Então eu voltava ao estúdio para cantar os vocais e backing vocais finais. Nós não gravamos com toda a banda ao mesmo tempo. Holger e eu trabalhamos juntos e tentamos coisas para encontrar o que funcionava melhor para cada canção.

Você acha que o novo álbum difere estilisticamente do anterior "Dream the Dream"? Se sim, como?

Eu gosto mais das músicas em "The Ultimate". "Dream the Dream" é um bom álbum, mas acho que em geral "The Ultimate" é mais forte. Conseguimos fazer a composição e produção com mais cuidado. Nós não tivemos pressa neste momento, por isso fomos capazes de fazer um grande disco.

 "Unstoppable"

De seus últimos álbuns, "In This Life" parece ser o favorito entre os fãs e críticos, e inclusive é o meu. Como você se sente sobre isso? Qual é a ligação entre aquele e o novo álbum, há alguma?

"In This Life" é definitivamente o meu melhor álbum até agora. Eu acho que "The Ultimate" é tão bom quanto. Ambos os álbuns tem um monte de grandes canções! É difícil dizer qual é melhor porque música favorita é uma coisa pessoal. Mas eu estou muito orgulhoso do novo álbum!

Você está agora com a Melodic Rock Records e você vai tocar no Melodic Rock Fest 4 em Chicago no final deste ano. Você não acha que o negócio musical do rock precisa de mais festivais como este para que ganhe um lugar melhor na música de hoje? Quem são os músicos que irão acompanhá-lo no festival?

Eu estou realmente ansioso para fazer o Melodic Rock Fest este ano no dia 3 de outubro! Eu acho que os festivais de música são ótimos para que os fãs possam ver suas bandas favoritas. Eu farei meu show com a banda TALON . Eu fiz um festival junto com eles na Inglaterra há muitos anos. Eles são muito bons. Obrigado pelo apoio! Por favor, visite o meu site: www.stanbush.com. 

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ENTREVISTA

Oi Erik, é um prazer falar com você. Como tem sido a resposta para a banda dos fãs da América do Sul?

Obrigado por me receber. A resposta dos fãs sul-americanos tem sido incrível. Eu acho que eles vão voar para a Suécia e nos matar se não tocarmos aí em breve. Graças ao facebook temos uma boa conexão com os fãs em todo o mundo.

Você não parou desde que ganhou o reality show Idol (“Ídolos” da Suécia) e, em seguida, juntou-se à banda. Como você avalia este período em sua vida? Prós e contras...

Bem... Eu acho que tem sido divertido e um pé no saco. Eu adoro estar ocupado e escrever músicas constantemente e fazer tours. Eu acho que toda a diversão começou quando eu entrei para a banda. Idol foi divertido, mas ele realmente não te prepara para o negócio da música.


A Suécia tem tantos talentos na música, especialmente no hard rock, e há uma nova leva de grandes bandas como o ECLIPSE, WORK OF ART, DEGREED e H.E.A.T. para dizer alguns. Como é a competição aí?

Eu não noto qualquer competição. Acho que todos nós trabalhamos juntos da forma que somos da Suécia e somos conhecidos por nossa música em todo o mundo. Em vez de competir, estamos em turnê juntos e ajudamos uns aos outros.

"Tearing Down the Walls" será lançado em abril. Há algo de diferente na composição ou na sonoridade?

Definitivamente. É mais hard, mais pesado, tem mais energia, tem melhores músicas em minha opinião e trabalhamos com o mesmo produtor que fez “Address the Nation”, Tobias Lindell. Ele é o mestre do som pesado.

                                                      "Shot at Redemption"

Existe um significado por trás do título? Além disso, quais são alguns dos temas para as letras do álbum?

Tearing Down The Walls” é sobre derrubar os muros mentais dentro de sua cabeça. Todo mundo tem dúvidas, mas é só "matar" aquela pessoazinha em sua cabeça dizendo que você não pode realizar qualquer coisa. A maioria das músicas é sobre isso.

Existem planos para turnê na América do Sul? Obrigado e fique a vontade para deixar sua mensagem.

Uma mensagem para todos os nossos fãs na América do Sul: Nós não nos esquecemos de vocês. Estamos trabalhando duro o tempo todo para conseguirmos voar e dar-lhes o show que vocês precisam. É um longo caminho a percorrer e que exige muito planejamento. Esperamos estar aí e tocar para vocês o mais breve possível. Paciência é uma virtude!

quinta-feira, 13 de março de 2014

ROCKIN' REVIEWS - FM, Alien, The Treatment, House of Lords, Overland, Stan Bush


Adaptações constantes são necessárias nesta loucura que é a Internet com tanta informação e pessoas com cada vez menos tempo para longas leituras. A partir de agora os comentários de novos álbuns serão feitos de maneira mais precisa e direta, portanto mais enxutos.

Confiram abaixo minhas indicações de belos álbuns que já estão ou em breve estarão disponíveis no mercado. Fãs de hard rock / AOR anos 80 terão bastante material para ouvir nos próximos meses.  (Denis Freitas)

LEGENDA
1 Guitar (Fraco)   2 Guitars (Regular)   3 Guitars (Muito Bom)   4 Guitars (Excelente)   5 Guitars (Obra Prima)

FM – “Futurama”
Data de lançamento: 31 de Março
Gravadora: Membran



Não costumo comentar EPs, mas este é um caso diferente, pois é um EP com bastante conteúdo dos britânicos do FM. Interessante a faixa de abertura “Futurama”. A música é instrumental e apresenta belas melodias de guitarra, dando ar futurista e servindo como introdução. Das 4 faixas novas, destaco “Bad That’s Good In You”, rocker cheia de melodia no melhor estilo FM, grudenta! Não preciso dizer que a qualidade sonora do EP é impecável assim como em todos os trabalhos da banda.  O mesmo acontece com as faixas ao vivo, dentre as quais destaco “Tough Love” e “Crosstown Train” (ótimas músicas), afinal é bom poder ouvir músicas mais recentes live. Recomendado!


ALIEN – “Eternity”
Data de lançamento: 25 de Abril
Gravadora: AOR Heaven






Os suecos do ALIEN voltam a lançar novo álbum após seu retorno com lineup original em 2010. Para quem não conhece, a banda segue a linha AOR do JOURNEY dos anos 80 e teve relativo sucesso no fim daquela década. Desde então, passou por diversas mudanças de formação, alternando bons e medianos trabalhos. Os fãs mais antigos da banda não se decepcionarão com “Eternity”, pois as características da banda estão todas lá, com os belos vocais de Jim Jidhed e músicas com boas doses de melodia. Por outro lado, a banda parece não estar tão inspirada em alguns momentos e algumas faixas não chegam a empolgar. Outro ponto é a produção que poderia trazer a banda um pouco mais para os dias de hoje. Para mim, “Eternity” é um álbum com altos e baixos e carece de produção mais caprichada e atual, mas deverá agradar a seus fãs antigos e entusiastas do AOR estilo anos 80. Vale a pena conferir.  


THE TREATMENT – “Running With the Dogs”
Data de lançamento: 03 de Fevereiro
Gravadora: Spinefarm Records


O release da banda diz que possuem influências de AC/DC, SEX PISTOLS e AEROSMITH, mas a primeira banda que me veio à cabeça foi a banda de Angus Young, pela sonoridade das guitarras e vocais mais agudos e rasgados. Porém, a banda não se resume a isso e após ouvir as faixas de “Running With The Dogs” é possível perceber que o THE TREATMENT tem bastante personalidade e com altas doses de inspiração e competência produz excelentes composições. A banda inglesa é formada por músicos jovens que tocam com categoria de espantar, principalmente os guitarristas Jake Pattinson e Tagore Grey, que esbanjam talento em todas as faixas desferindo riffs e solos muito empolgantes. O som varia entre hard rock e rock and roll básico, mas cheio de energia, com bela produção e execução. Muito recomendado! 


HOUSE OF LORDS – “Precious Metal” 
Data de lançamento: 21 de Fevereiro
Gravadora: Frontiers Records





Os americanos do HOUSE OF LORDS retornam com mais um ótimo trabalho para sua discografia. Quem gostou do último álbum “Big Money” com certeza não irá se decepcionar com este, pois é melhor, muito melhor eu diria. Difícil encontrar uma música fraca em “Precious Metal”. Guitarras pesadas e empolgantes de Jimi Bell, James Christian dando uma aula com sua belíssima voz, back vocals impecáveis e produção de primeira. A banda se mostra levemente mais pesada em alguns momentos, mas no geral é o HOUSE OF LORDS fazendo o que faz de melhor: hard rock com peso e melodia. E desta a vez a banda surpreendeu com uma faixa mais moderna: a excelente “Enemy Mine”, na qual James divide os vocais com sua esposa Robin Beck em uma performance de impressionar.   Muito recomendado!


OVERLAND – “Epic”
Data de lançamento: 21 de Fevereiro
Gravadora: Escape







O veterano inglês Steve Overland está em muito boa fase, fazendo shows pela Europa e lançando trabalhos quase sem intervalos com o FM e agora em formato solo. Acompanhado pelo craque Mike Slamer (SEVENTH KEY) na guitarra, Overland nos brinda com mais um belo trabalho solo. A princípio, “Epic” pode soar um tanto previsível, com aquela sonoridade AOR bem anos 80, mas ao ouvir com mais calma você começa a perceber a qualidade das músicas e elas ficam em sua cabeça. Mike Slamer mostra bastante inspiração e dá sua valiosa contribuição com belos solos e melodias, teclados muito bem encaixados e produção de primeira. No geral, “Epic” é um álbum de rock bastante melódico, com momentos quase pop e músicas bem marcantes, lembrando os álbuns mais antigos do próprio FM. Gostaria de ver Steve se arriscando um pouco mais, pois é um grande músico. Contudo, isto não diminui a qualidade do álbum. Um prato cheio para quem gosta de melodic rock com pegada anos 80! 


STAN BUSH – “The Ultimate”
Data de lançamento: 17 de Março
Gravadora: Melodic Rock Records







Mais um trabalho que agradará a fãs dos anos 80 e suas músicas com bastante melodia e interpretação cheia de emoção. Stan Bush retorna com um belo álbum e músicas bem compostas e executadas. Quem gostou do ótimo “In This Life” de 2007, com certeza também irá gostar de “The Ultimate”. Belos teclados por todo o álbum em harmonia com ótimos riffs dão o tom do CD e Stan Bush encaixa sua bela voz com sua tradicional emoção e categoria. O único ponto que me incomoda é o recorrente tema nas músicas de Stan do tipo “Levante e Lute”, “Desafie os Limites”, que dá um ar de auto ajuda  e fica um pouco repetitivo. Alguns momentos um pouco mais pesados aqui e ali, mas no geral Stan Bush faz seu melodic rock com aquele ar de trilha sonora de filmes de ação dos anos 80 e leves pitadas de modernidade em sua produção/efeitos. Para quem curte bandas tipo SURVIVOR, PRIDE OF LIONS, GIANT. Muito bom, recomendado!


domingo, 9 de março de 2014

ROCKIN' INTERVIEWS - Vinny Burns (Three Lions/Dare)

VINNY BURNS

Há tempos que eu queria conversar com Vinny Burns, guitarrista britânico que admiro bastante por seus ótimos trabalhos, principalmente com DARE e TEN. Além disso, ele também já tocou com a grande banda ASIA nos anos 90. Alguns meses atrás o nome de Vinny ressurgiu na divulgação de uma nova banda, THREE LIONS, com Greg Morgan na bateria e Nigel Bailey nos vocais. Pelo que se ouve nos trechos das músicas de divulgação, será um álbum de qualidade e promete bastante. Entrei em contato com Vinny, que prontamente me atendeu e deu vários detalhes do álbum. Espero que gostem! (Denis Freitas)

ENTREVISTA

Olá Vinny. Você gravou o THREE LIONS em seu estúdio?

Oi Denis, sim, eu gravei todas as guitarras no meu estúdio Viper Room. Eu tenho vários amplificadores grandes e antigos aqui e posso usá-los bem alto e obter os sons clássicos. A ideia para mim era para fazer um álbum de sonoridade bastante moderna com um equipamento “old school”. Dois amplificadores Marshall vintage dos anos 70 para guitarra rítmica e um velho Mesa Boogie de 1988 para solos. Usei minha Les Paul de 78 principal para 95 % de tudo lá. Tive uma ideia anos atrás de fazer isso e eu sabia por tocar esse tipo de equipamento em casa que seria possível usar este equipamento velho clássico para obter um álbum de sonoridade moderna.
Não foi muito diferente de como eu tirei os sons de “Blood From Stone” com DARE, só que eu voltei para o som de solos de “Out Of The Silence”.

Alessandro Del Vecchio produziu. Por que você não foi o produtor?

Foi a Frontiers Records e Ale que surgiram com a ideia de juntar Nigel e eu. Então partiu daí no que diz respeito à produção. Funcionou muito bem. Ale nos deixou sozinhos para começarmos as coisas. Ele entrou em jogo quando ele não estava feliz com certas coisas em um arranjo como uma parte que precisava cortar. Ele também trabalhou em todos os vocais e backing vocals com Nigel em Milão. Não foi uma situação onde você teve um produtor no seu pescoço o dia todo, eu só fui ao meu estúdio sozinho e fiz as guitarras e teclados como os ouvi. Eu mandava um mp3 para os caras e Ale para ver o que eles pensavam. Ele iria dizer sim ou não. Eu tenho feito isso por tempo suficiente para saber como fazer um álbum, mas, às vezes, você acaba indo pelo caminho errado e precisa de alguém para orientá-lo de volta ao caminho.
Uma vez que terminamos as gravações, enviamos a Ale todos os arquivos e ele acrescentou alguns de seus teclados. Especialmente quando um tecladista 'de verdade' foi exigido. Para minha surpresa ele manteve a maior parte dos meus teclados. Eu pensei que ele iria substituir tudo (risos).
É sempre bom ter alguém de fora produzindo, pois eles podem ver as coisas muito mais claras do que a banda. Quando você está chegando ao fim de um álbum, você tem uma “visão de túnel” e é bom ter perspectiva de manter as coisas nos trilhos. Ale também é fantástico para motivar pessoas. Ele está sempre feliz e positivo, o que é necessário. Ele aceita todas as ideias e nunca deixa de fazer por qualquer coisa, mas ele pode ser firme quando precisa ser.


Pelo que se pode notar na divulgação, o álbum tem algumas guitarras bem altas e mais rápidas. Estamos acostumados a ouvir os seus riffs e solos melódicos e de certa forma "calmos"...

Existe uma grande quantidade de luz e sombra neste álbum. Nós cobrimos tudo o que queríamos cobrir. Baladas suaves ao hard rock. Está lá. Tudo isso soa como THREE LIONS, mas tem uma grande variedade.


Nigel Bailey tem uma voz muito legal, alcançando notas mais altas e sua voz é talvez mais potente do que as de Darren Wharton ou Gary Hughes, que também têm vozes muito boas, mas diferentes. Isso te dá mais opções para compor? Qual o histórico dele?

Nigel é um cantor de nível mundial. Ele realmente é. Eu não quero compará-lo com Darren ou quem quer que seja. Não há necessidade. Ele não substituiu ninguém em uma banda anterior. Esta é uma nova banda e Nigel é, definitivamente, do mais alto nível como vocalista. Quando eu ouvi pela primeira vez a sua voz eu pensei: “Onde ele estava há 20 anos quando eu estava procurando começar uma nova banda após o DARE? (risos)”. As coisas acontecem do jeito que acontecem e aqui estamos nós, 20 anos depois, THREE LIONS. Eu honestamente não posso entender como ele nunca foi descoberto antes. Ele tem uma grande voz. É como uma espécie de desafio do rock'n'roll para ele no momento ter que acelerar neste fim da indústria da música, mas ele toca há muitos anos, então ele sabe como trabalhar com o público e tem um desempenho de primeira classe. Todos nós aprendemos a nossa arte em pubs e clubes do norte ao sul do país. É onde você experimenta praticamente todas as situações que se apresentam em turnês maiores. Ele fez tudo isso e sabe o que está fazendo quando ele está lá em cima. Nós não abordamos as coisas de forma diferente do que qualquer um faria normalmente. Inicialmente, nos sentamos para uma xícara de chá e discutimos como queríamos que soasse. Acho que foi importante, pois tínhamos uma visão do que queríamos e as coisas evoluíram daí. Nós jogamos algumas ideias e todo mundo mostrou o que tinha. Muito rápido e muito espontâneo.


THREE LIONS - Greg Morgan, Nigel Bailey e Vinny Burns
A indústria da música em geral, especialmente para o hard rock, é muito difícil hoje em dia. Quais são as suas expectativas com o álbum?

Eu nunca tenho quaisquer expectativas do que um álbum vai fazer. Tudo o que você pode fazer é colocar 100% em e ficar feliz com o que você criou e, depois disso, está tudo fora de seu controle. Eu tenho um instinto sobre as coisas. Eu sabia que tinha um grande álbum em “Out Of The Silence” com DARE. Mesmo com o primeiro álbum do TEN. Você sabia que havia algo de especial, mas também senti sobre o álbum do BURNS BLUE. Foi o meu favorito desde “Out Of The Silence”, mas a gravadora faliu no Reino Unido algumas semanas do lançamento e nunca aconteceu nada. Pelo o que eu entendo, contanto que você esteja feliz com todo o álbum e você conseguiu o que você queria alcançar, então você pode viver com ele, não importa o que aconteça. Se você tentar adaptar o seu álbum para as tendências atuais e o álbum não dá certo, você nunca sabe o que poderia ter acontecido se você tivesse sido fiel ao que você realmente queria. Eu tenho um sentimento muito bom sobre este.

Você tocou com a ASIA entre 92 e 93. Como foi a experiência para você? Do nosso ponto de vista aqui eles parecem ser uma banda muito grande. Você sentiu isso? Houve alguma pressão?

O ASIA foi fantástico. Era uma banda enorme para entrar na época. Eu viajei por todo o mundo com o ASIA e foi uma experiência fantástica. Acho que houve muita pressão no momento, mas você acaba lidando com isso e segue em frente. Os caras da banda eram ótimos. Tivemos um mês de ensaio antes de iniciar uma turnê mundial começando no Japão, Rússia e Europa na sequência e, em seguida, fizemos algumas turnês norte-americanas e canadenses. Bons tempos. É um mundo tão pequeno. Geoff queria produzir o primeiro álbum do DARE. John conhecia um monte de gente que eu conhecia e Mike Stone era um amigo em comum também. Fizeram-me sentir muito bem-vindo e foi um grande momento.


Vinny em show nos EUA com o ASIA

Um tempo atrás eu falei com Darren Wharton sobre o novo álbum do DARE. Vocês estão trabalhando juntos? 

Eu não tenho trabalhado em nada no novo álbum DARE. Darren está atualmente terminando um filme que ele está fazendo e está ocupado fazendo isso no momento.

Novas bandas britânicas como o VEGA têm feito coisas muito boas e hoje em dia você produz bandas em seu próprio estúdio. Você conhece alguma nova banda de hard rock mais atual que poderia mudar o jogo e talvez trazer de volta o rock para a grande mídia?

Bem, para ser honesto, meu estúdio é o meu próprio estúdio privado. Eu recebi meus bons amigos do THE BEAUTIFUL SLEAZY para gravarem seu álbum debut um tempo atrás. Eu produzi para eles, mas foi um favor porque eles são amigos. Eles tiveram o álbum e eu consegui testar se tudo no estúdio estava funcionando corretamente. É muito bom ver novas bandas surgindo e melhor ainda que estão sendo apoiados e aparecendo. Gosto dos caras do VEGA. Tomei algumas cervejas com eles ao longo dos anos. É realmente bom ver a próxima geração que são tão apaixonados pela música que eu cresci ouvindo. Alguém novo para carregar a tocha e levá-la para diferentes públicos.

quarta-feira, 5 de março de 2014

ROCKIN' CHATS - Nick Workman (VEGA)

Saiu no último domingo em nosso canal no YouTube (BRM123ROCK) o ROCKIN' CHATS de número 6 com Nick Workman, vocalista do VEGA. A partir de agora o ROCKIN' CHATS será feito em áudio (no YouTube) e escrito aqui na página, já que não disponho mais de tempo para fazer as legendas. Portanto, quem quiser conferir o áudio, ainda terá a opção como antes e quem quiser conferir a entrevista por escrito, encontrará aqui.  Espero que gostem! (Denis Freitas


ENTREVISTA

Oi Nick!
Oi, como vai?

Estou bem.
Legal, legal.

Muito obrigado por atender. Onde você está agora?
Estou em minha casa, que é próxima a Birmingham.

Birmingham, ok. Ótimo.
Bem, é o lugar mais conhecido para as pessoas saberem.

O que tem feito ultimamente?
Estamos concentrados no terceiro álbum.

Sim, eu vi você dizer que tem músicas suficientes para 3 álbuns. Como vocês escolhem as músicas? Deve ser um inferno...
Sim, é um pouco, mas você chega a um ponto onde sente o álbum e que músicas você precisa. Eu perdi as contas de quantas vezes dissemos: “Essa é a melhor música que fizemos!” Tem uma música que na verdade escrevemos antes de “What The Hell!” e ficou de fora do álbum. Chama-se “Tears Never Dry”, é tipo uma balada épica sobre a guerra...
Mas não sabemos se entrará desta vez ou iremos guardar novamente para outro álbum, eu não sei. Esta é a música mais velha que fizemos há alguns anos. O resto é tudo novinho.

Ótimo. Eu já disse ao James o quanto gosto do seu último álbum "What The Hell!", li vários bons comentários dele por todo lugar. O ano de 2013 foi até agora o melhor ano para a banda?
Sim, eu diria, mas foi outro ano difícil nos negócios porque o selo na Suécia, temos contrato com o selo na Suécia, que é o selo principal. Era para o álbum ter sido licenciado para outros territórios, eu não sei o que aconteceu, mas algo foi deu errado. E só saiu pela Escandinávia e Reino Unido, na Alemanha só tinha o importado e o resto do mundo não teve um lançamento oficial, então deu tudo errado. Na verdade ontem... eu conheço bem o cara que cuida do selo, então conseguimos sair do contrato com as gravações originais de “What The Hell!” para podermos relançá-lo. Então o ano foi ótimo em termos de publicidade que tivemos estando na Classic Rock Magazine, a turnê com o FM, boa cobertura de imprensa e tocando, isso foi ótimo. Mas poderia ter sido muito melhor se repetíssemos esse sucesso em outros países. Mas, dito isto, ainda estamos crescendo, acho que vendemos mais álbuns do que imaginávamos, então vamos continuar a crescer e nos concentrar no álbum número 3 agora.

Bom. Quando vocês finalizaram o álbum “What the Hell!”, vocês sentiram que tinham um álbum tão bom?
Sim, definitivamente. Quando íamos ao estúdio nos sentíamos muito confortáveis com as músicas... Já disseram isso muitas vezes, mas quando você está em estúdio, a primeira pessoa que você tem que agradar é você mesmo. Você não pode compor para agradar outras pessoas, você não sabe o que irá agradar os outros. Sabe, um “Hysteria” é para uns o que “Cherry Pie” é para outros.

Vocês fizeram uma tour com o FM. Steve Overland está em grande forma, você o assistiu? Você costuma assisitir outros cantores para aprender?
Sim, não conseguíamos ver todas as noites. Mas eu conversava com o Steve quando o via nos shows. Via o que ele fazia antes de subir ao palco, ele faz gargarejo com TCP. Você tem TCP aí no Brasil? É como um antisséptico e fede! Ele faz gargarejo disso por 40 minutos antes de subir ao palco para aquecer. Antes de começar eu apenas rio e estou pronto. Eu sou adepto do pensamento do Bruce Dickinson, eu vi em uma entrevista há muitos e muitos anos na qual ele diz que não aquece, pois ele diz que a voz é como um carro e você tem um certo limite de milhagem no marcador, então porque você cantaria para as paredes?

E quais são seus cantores favoritos?
Cantores... vai ser uma lista. Se eu começar, em termos de inspiração, o que me fez querer cantar foi Joe Elliot (DEFF LEPPARD), mas minha voz não é parecida com a dele, mas também acho que ninguém tem a voz dele, é original. Na verdade eu iniciei e melhorei meu alcance cantando Sebastian Bach, “Slave To The Grind”. Então fui para Ray Gillen, BADLANDS. Uma banda chamada CATS IN BOOTS, tinha o cantor chamado Joel Ellis, que tinha uma banda chamada HEAVY BONES, eu também adoro o que ele fez. E tem cantores mais atuais, Myles Kennedy e adoro James Michael do SIXX A.M. E mesmo Jared Leto do THIRTY SECONDS TO MARS eu acho que tem uma ótima voz. Então aí está uma lista eclética para você.

Sim e aparece em seu modo de cantar. E acho que o VEGA tem esse som muito original, vocês tem muitas influências e isso é ótimo, é bom para a música.
Sim, definitivamente. Não temos medo de nos inspirarmos em DURAN DURAN, A-HA, INXS, THE KILLERS ou qualquer um desses. As pessoas pensam: O que? Como pode eles não serem influenciados por WHITESNAKE, POISON ou DEF LEPPARD? Nós falamos abertamente que não somos apenas influenciados por AOR ou  Melodic Rock.

O que vocês estão fazendo é ótimo porque vocês abrem as mentes das pessoas. Sempre tem uma banda que a gente começa a ouvir e pensa: “Eles fazem algo diferente, é estranho, mas eu gosto” e então você passa a gostar e acho que acontece com o VEGA...
Acredite em mim, Rock é meu tipo preferido de música, eu escuto todo dia. Não passo uma hora sem ouvir algum tipo de rock e é minha paixão, mas você precisa ouvir todas as formas de rock. Você precisa colocar temperos diferentes. É isso que tentamos fazer, usamos diferentes sons de teclados, canto de maneiras diferentes e não cantamos sobre “corações partidos no boulevard dos sonhos” ou algo assim, tentamos variar isso também, tentamos fazer as coisas diferentes. Mas também não nos vemos como algo tão diferente. Vemos bastante coisas tipo: “VEGA tenta fazer algo diferente” e penso: “Sério? É tão diferente?” Eu não sei, deve haver algo que seja bem diferente. Mas o que eu posso dizer? Estamos felizes assim.

Sim, eu acho que você tem sorte. As bandas hoje em dia soam tão parecidas.
Sim, e também ter pessoas que têm opiniões fortes, os que adoram ou odeiam é melhor do que as que dizem “Sim, eles são ok”. Porque uma banda que dizem que são “ok” nunca irá a lugar algum, pois você precisa de pessoas que tenham paixão pela banda e também terá as pessoas que odeiam passionalmente a banda...

Sim, do contrário você será mediano e vocês não querem isso...
Sim, exatamente.    

Como você começou a cantar?
Foi por volta de 1987, quando saiu "Hysteria", "The Final Countdown", WHITESNAKE "1987", "Slippery When Wet" fazia pouco tempo que tinha sido lançado, "Appetite for Destruction" do GUNS N' ROSES. Não havia como não ser inspirado a fazer música rock naquela época, estava na sua frente. Então comecei a cantar esses na época e várias bandas, na escola e tal. E enquanto alguns amigos enjoaram daquilo eu ainda tinha a paixão para fazer. E aí comecei a cantar "Slave To The Grind", principalmente a última faixa "Wasted Time". E eu não conseguia chegar perto ao que Sebastian Bach fazia... E fiquei tentando várias vezes cantar aquela música, por seis meses, detonando minha voz e finalmente consegui fazer mais ou menos o que ele fazia. E depois... A vida toda eu só tive 4 aulas de canto. 

Nossa! E sobre o novo álbum, você acha que as estruturas e modo de composição das músicas seguirão de algum modo o estilo de "What the Hell!"?
Sim, tem a mesma pegada novamente. É provavelmente mais um passo para o VEGA se tornar o que realmente é. Não sei explicar direito... Sempre que terminamos uma música, pensamos: "Esta é prima daquela música", então "Into The Wild", sua prima seria "Hands In The Air" , elas tem o mesmo tipo de clima, então sempre pensamos assim. Temos uma música que soa como "White Knuckle Ride" multiplicada por mil!, com aquele tipo de clima, porém maior, melhor e mais monstruosa! (risos)

Desse jeito todos vão ficar bem curiosos sobre o novo álbum! (risos)
Uma coisa ruim que aconteceu com "What The Hell!" foi que vazou na Internet 4 meses antes e foi horrível. Dessa vez não vamos divulgar informações das gravações ou postar fotos do estúdio.

Nick, muito obrigado!
Foi bom falar com você!